Por Patricia Landim
A aguardada terceira temporada de The White Lotus, criada por Mike White, leva os espectadores para um cenário ainda mais exótico e visualmente deslumbrante: a Tailândia. Mantendo sua fórmula de sátira social sofisticada, personagens moralmente ambíguos e uma atmosfera de tensão crescente, a série mergulha nas complexidades da espiritualidade, riqueza e poder — tudo envolto por cenários paradisíacos. Além do enredo envolvente, a temporada se destaca pelas locações luxuosas e cuidadosamente escolhidas, que funcionam quase como personagens da trama.
Tailândia como personagem
The White Lotus sempre usou seus cenários para amplificar tensões sociais e existenciais — e nesta nova temporada, a Tailândia assume esse papel com maestria. O criador Mike White explicou em entrevistas que escolheu o país por sua “beleza espiritual complexa e suas contradições contemporâneas”. A terceira temporada mergulha em temas como culpa, exploração cultural e o uso ocidental da espiritualidade oriental como fuga pessoal ou decoração de estilo de vida.
Após o sucesso estrondoso das temporadas ambientadas no Havaí e na Sicília, The White Lotus retorna com um novo elenco de hóspedes ricos e funcionários intrigantes, tudo isso emoldurado por paisagens espetaculares.
Resort The White Lotus
Desta vez, o resort fictício da rede White Lotus está localizado no sul da Tailândia, com filmagens realizadas em algumas das hospedagens mais luxuosas do país. O cenário principal da temporada é o Four Seasons Resort Koh Samui, um verdadeiro refúgio de luxo rodeado por florestas tropicais e praias de areia branca.
Com suas villas privativas, vistas panorâmicas para o mar e um design que une sofisticação e tradição tailandesa, o resort contribui para o clima ao mesmo tempo idílico e inquietante da narrativa. Cada enquadramento reforça a sensação de isolamento e privilégio, contrastando com os dramas humanos que se desenrolam.
O resort é um hotel cinco estrelas situado na costa nordeste da ilha de Koh Samui, com vista para o mar do Golfo da Tailândia.
Destaques do resort incluem:
Villas com piscina privativa e vista para o mar, muitas localizadas em encostas que garantem privacidade total.
Um spa premiado, que oferece tratamentos inspirados em rituais tailandeses ancestrais, incluindo meditação, massagens com ervas locais e banhos de flores.
Restaurantes gourmets à beira-mar, como o KOH Thai Kitchen, especializado em alta gastronomia tailandesa.
Atividades exclusivas para hóspedes, como ioga com vista para o oceano, passeios culturais, cerimônias budistas e aulas de culinária tailandesa.
Além disso, a arquitetura do resort combina perfeitamente com a proposta estética da série: madeira escura, decoração minimalista com toques locais e uma paleta de cores neutras que contrasta com os tons vibrantes da natureza. Toda a atmosfera transmite exclusividade, silêncio e contemplação, criando o ambiente ideal para os conflitos internos e interpessoais dos personagens.
Como chegar ao resort e quanto custa a diária
Para chegar até lá, a opção mais prática é voar para o aeroporto internacional de Koh Samui (USM). Do aeroporto até o resort, o trajeto leva cerca de 45 minutos de carro, e o hotel oferece serviço de traslado executivo, como carros Mercedes-Benz ou vans de luxo, que podem ser reservados diretamente com o concierge. Para quem prefere opções mais econômicas, apps como inDrive ou Bolt também funcionam na ilha. Uma corrida comum até áreas turísticas costuma custar entre 300 e 400 baht tailandeses (aproximadamente US$ 9 a US$ 11). Táxis oficiais do aeroporto cobram cerca de 600 a 800 baht.
A hospedagem no Four Seasons Koh Samui, assim como o luxo retratado na série, está entre as mais exclusivas da Tailândia. As tarifas variam bastante conforme o tipo de acomodação e a temporada. Uma villa básica com piscina privativa parte de aproximadamente US$ 1.100 a US$ 1.300 por noite. Já opções mais sofisticadas, como as Premier Ocean-View Pool Villas, podem custar de US$ 2.000 a US$ 3.500 por noite. Para grupos maiores ou experiências ainda mais luxuosas, algumas villas de múltiplos quartos chegam a ultrapassar os US$ 6.000 a US$ 12.000 por noite.
Mansão de Gary
Outro ponto alto visual da temporada é a mansão de Gary, um personagem enigmático cujo lar luxuoso serve de palco para reviravoltas importantes da trama. Curiosamente, as filmagens dessa mansão foram divididas entre dois locais distintos:
Samujana 27, uma villa moderna e impressionante também localizada em Koh Samui, foi utilizada principalmente para as cenas externas da mansão. Com sua arquitetura contemporânea, amplos terraços e uma vista espetacular do mar, a propriedade simboliza o poder e o isolamento de seu dono.
Já os interiores da mansão foram filmados em Amaravida, uma propriedade localizada em Phuket. Este segundo local complementa a opulência visual com ambientes internos elegantes, iluminados naturalmente e decorados com elementos asiáticos de alto padrão, tornando a mansão de Gary um espaço multifacetado e cinematograficamente perfeito.
Essas locações não foram escolhidas por acaso: Mike White, também criador de Enlightened, tem um talento notório para utilizar a ambientação como parte essencial da narrativa. Na Tailândia, ele aprofunda os contrastes entre luxo e espiritualidade, explorando templos, práticas religiosas e a dicotomia entre turistas e a cultura local. Além do entretenimento, a temporada provoca reflexões sobre exotificação, consumismo e redenção.
Com uma direção esteticamente refinada, performances marcantes e uma trilha sonora hipnotizante, a terceira temporada de The White Lotus reafirma o sucesso da série como uma das produções mais instigantes da atualidade. E ao levar os espectadores para resorts tailandeses de tirar o fôlego, ela transforma o cenário em mais do que pano de fundo. O paraíso torna-se parte do enigma.
Bastidores e curiosidades
As filmagens aconteceram em Koh Samui, Phuket e Bangkok, entre fevereiro e junho de 2024.
A produção recebeu apoio do Thailand Film Office, como parte de um esforço do governo tailandês para promover o país como destino turístico de alto padrão.
A equipe participou de workshops culturais com monges budistas e consultores locais para tratar com respeito e realismo as questões espirituais retratadas na trama.
A série optou por usar muitos figurantes e artistas locais tailandeses, tanto para papéis falados quanto em rituais, cerimônias e cenas culturais.
Com sua terceira temporada, The White Lotus reafirma seu lugar como uma das séries mais sofisticadas e provocativas da televisão contemporânea. Ao escolher a Tailândia como cenário, Mike White amplia o escopo da série, não só geograficamente, mas tematicamente. A beleza dos resorts e mansões contrasta com os conflitos internos dos personagens e as críticas sociais afiadas, transformando cada episódio em uma viagem visual e emocional. Entre luxos, rituais e máscaras sociais, The White Lotus continua revelando o que há de mais humano e perturbador por trás de fachadas perfeitas.
Onde assistir: Max
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